Archive for the movimentos Category

Neocons all over the world

Posted in movimentos on julho 26, 2009 by nitchka10

Through R. Pagliuso.

O que significa neocon? Hum… afinal, todo mundo conhece um. Aquele cara super bem informado e agressivo que de repente abandona as questões infinitas da esquerda sobre a igualdade na marra e a luta contra a classes dominante predominantemente gorda, de bigodes e charuto, e começa a falar em estratégias macroeconômicas e militares. “Eles vão colocar  uma base aqui, um oleoduto aqui, segurar os russos, os chineses vão passar, mais duas décadas os americanos caem e a nova ordem será então…” Bom, ao menos são pessoas bem informadas, não se pode negar.

Recentemente li o texto de Malastesta, “Em período eleitoral”, em que o anarquista italiano descarta a via parlamentar, e descobri que esta foi uma das principais  questões que separaram anarquistas e socialistas depois da internacional de 1872. Como não sou historiador nem estudo nada desse período, ainda me surpreendo com esse tipo de informação. Afinal, a tal “esquerda” nem sempre fora tão pragmática… Existia vida socialista inteligente além do “partido”.

Por outro lado, tendo a concordar com a Marilena Chauí, que diz sempre: igualar a esquerda com a direita é uma das melhores artimanhas da direita.

Bom, não sei bem por onde corre o espectro do socialismo, mas acho que ele vem de bicicleta.

FASP: Como fundar uma fundação anarquista?

Posted in movimentos on julho 8, 2009 by nitchka10

Eu não sei, mas o Felipe sabe e tenho a maior admiração pela força. Lá vai a carta dele.

Creio que vocês devem saber que estamos organizando o II Pró-FASP aqui em SP. O objetivo do encontro é apresentar o desenvolvimento teórico e prático de nossa pró-organização (dentro deste pouco mais de 1 ano de atividade) e conseguir outras pessoas interessadas em seguir conosco em mais uma
tentativa de construção do anarquismo organizado em SP. O encontro acontecerá em 18 e 19/7 e terá presença dos companheiros da FARJ e FAG. Pretendemos fundar a FASP em novembro deste ano.

Sabemos que para muitos há o problema da distância e do dinheiro. No entanto, caso alguém queira vir acompanhar, será um prazer recebê-los.

Mais informações: www.anarquismosp.org.

Um abraço,
Felipe

A revolução silenciosa do software livre: abrindo a caixa preta de Vilém Flusser com o abridor de Antonio Gramsci

Posted in arte, movimentos, tecnologia with tags on dezembro 21, 2008 by nitchka10
o que uma imagem tem em comum com um milho trangênico?

Para Vilém Flusser:o que uma imagem tem em comum com um milho trangênico?

Quando ainda estava na cadeia, o filósofo italiano, Antonio Gramsci percebeu algo incrível: o vento contra a revolução sopraria do outro lado do atlântico, dos EUA, e qualquer movimento operário teria que encarar daqui para a frente o “americanismo”, que para ele era a “corporação”, corpo místico que mistura trabalho organizado (taylorismo), controle das práticas sexuais e familiares pela ideologia do lazer e, o principal, um novo contrato social, jurídico, que permitiu dissolver as lutas de classe. Resumindo o resumo, o operário que antes se revoltava, agora tinha um status jurídico que lhe permitia comprar umas ações da empresa onde trabalhava e se realizava no club da empresa. Além disso tinha um crachá e uma carreira, que fazia dos salários uma diferença entre os operários, e não uma bandeira de reivindicação comum.

O movimento corporativo existe, e em alguns aspectos, as ações jurídicas criaram condições formais, que podem ser confirmadas pela transformação técnico-econômica em larga escala, já que os operários não podem mais se opor, nem podem lutar para tornarem-se, eles mesmos, porta-estandartes. A organização corporativa pode se configurar pela transformação, mas a pergunta é: teremos uma daquelas astúcias da providência, próprias de Vico, pelas quais os homens, sem se proporem a isso e sem desejar, obedecem aos imperativos da história? Por enquanto, somos levados a duvidar. O elemento negativo da polícia
econômica
prevaleceu até agora sobre o elemento positivo que advém da exigência de uma nova política econômica que, modernizando-a renova a estrutura econômico-social da nação, principalmente no que diz respeito aos quadros do velho industrialismo. A forma jurídica possível é uma das condições, não a única condição e nem a mais importante. É apenas a mais importante das condições imediatas. A americanização requer um dado ambiente, uma determinada estrutura social — ou a vontade decidida de criá-la — e um certo tipo de Estado. O Estado é o liberal, não como o liberalismo alfandegário ou da liberdade política efetiva, mas no sentido mais fundamental da livre-iniciativa e do individualismo econômico que colaboram com meios próprios, como sociedade civil, para o próprio desenvolvimento histórico, no regime da concentração industrial e do monopólio. [Fonte: Gramsci, Americanismo e fordismo, Hedra]

É este o capitalismo em que vivemos hoje, em que a dona de casa americana e o fundo de pensão dos funcionários são “donos virtuais”. É o sistema que vemos em crise, apesar de a esquerda querer ressucitar a luta de classes do século XIX. E ao meu ver é exatamente no aspecto jurídico das corporações que o software livre bateu. Um movimento simples, um novo contrato social, baseado não no direito autoral, mas sim no valor do trabalho de cada um e na filia (para não usar a palavra solidariedade, que, parece sempre uma coisa da igreja). O pulo do gato foi dado por Richard Stallman, que criou uma licença de algumas páginas chamada GPL, que pode ser resumida assim:

  1. A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0)
  2. A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
  3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
  4. A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

A corporação ficou de fora, ou, ao menos, de lado. A corporação, que explora a venda de royalties de tecnologia e não a sua aplicação direta (vide… China), passou a presenciar o desenvolvimento exponencial de códigos e a diversificação do seu uso de forma inesperada. Este mero acordo jurídico, que transcende as leis nacionais, e que é baseado em liberdades, acabará tomando outros “mercados”, e os transformará em nervos sociais, como já é a wikipédia, por exemplo. Mas as mudanças vão além dos produtos.

Há de fato uma intervenção no conceito de autoria, na valorização do trabalho e no limite das empresas, e consequentemente, na função do Estado, que nos últimos tempos se tornou um portal (menor) de corporações.


(The Code, 2001. Boa introdução ao mundo dos “nerds” políticos, infelizmente parte em inglês, chinês, finlandês!)

A valorização do Hacker

O filósofo Vilém Flusser, que só não foi brasileiro porque o Brasil não quis, escreveu um bom livro chamado Filosofia da caixa preta, em que fala da criação das imagens por aparelhos cuja lógica do funcionamento não nos pertence. Se encararmos a produção de códigos e o ocultamento sucessivo e infinito deles em caixas pretas, é óbvio que entenderemos a profundidade da mudança que o software livre procura, não só na economia e no trabalho, mas na cultura.

Pois há algo de comum entre o aparelho fotográfico industrializado e o código operado por botões virtuais (destinado aos usuários e escrito por especialistas), mas também entre uma patende de um remédio ou, pior, a fórmula química de um trangênico qualquer, capaz de solapar com a produção agrícola de um país em 5 anos.

O hacker é quem se propõe a abrir o código, e ao invés de roubá-lo, como se pensa geralmente, pretende escrevê-lo em conjunto com uma comunidade. Assim, o hacker não propõe a reprodução ilícita de uma mercadoria que já existe, mas a criação de um novo circuito, que já não pode ser reconhecido como “mercado”…

Questão de pano pra manga.

Castor 2008: contra o transporte de lixo nuclear

Posted in meio ambiente, movimentos on novembro 27, 2008 by nitchka10

Mapear a resistência política é tarefa ingrata. As informações na internet são escassas, mas às vezes chegam. Fiquei sabendo do transporte de lixo nuclear pela Alemanha e os protestos decorrentes.

A Castor nuclear waste container is being loaded from a train to a flat bed truck at the embarking station in Dannenberg November November 10, 2008. The controversial shipment of eleven Castor containers with spent German nuclear fuel arrived in Dannenberg on Monday and will be loaded onto trucks before transportation to the nearby Gorleben intermediate storage facility in northern Germany after it left the French reprocessing plant of La Hague on Friday by train.

Ação direta (da polícia…)

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Centro de Mídia Independente… não seria o caso de matar a Rê Bordosa?

Posted in anarquismo americano, cidade, imprensa, mídia, movimentos, tecnologia with tags on novembro 23, 2008 by nitchka10
Rê Bordosa

Rê Bordosa

Uma vez entrei no site italiano do Centro de Mídia Independente e me dei de cara com uma mensagem do tipo “fechado pra balanço”. Tentei de toda forma saber o que tinha acontecido, e a única explicação que encontrei na época é que o site tinha perdido o sentido e os organizadores resolveram, como Angeli, matar a Rê Bordosa. Enfim, aprendi há algum tempo a não ter apego às “conquistas” e simplesmente arquivei o caso. Coisas legais são mesmo provisórias e esta é talvez a maior lição do anarquismo do século XIX. Passeando pelos CMIs do mundo percebo duas linhas: ou o vazio completo, como CMI russo, que publicou exatamente 12 posts para o ano de 2008, ou o de Kansas City, que parou em janeiro de 2007, e Índia e Portugal que estão fora do ar! Ou uma enxurrada de notícias sobre o movimento universitário, pura agenda das ações de organizações muitas vezes partidárias. Vejam, nada contra os estudantes, que devem se organizar. Mas da forma como estão sendo publicados os “gritos pela liberdade”, está difícil distinguir anarquistas de trotskistas tresloucados pelo poder. Além disso, os coletivos perderam totalmente a relação com os leitores, e a tradicional coluna da direita passou a ser uma terra de ninguém, sem debate algum, mero descarrego dos leitores que não são ouvidos pelos organizadores do CMI, enfim, particularmente a coisa mais interessante do site agora. Salvam-se –é verdade– a pauta sobre os passes livres. A impressão grosseira que tenho é que os movimentos sociais mais partidários tomaram conta e “oficializam” o espaço livre. Talvez valha a pena ser mais federalista e acabar com esses sites nacionais, pois os CMIs locais, como o da Bielo-Rússia, ou os americanos, como o de Chicago e Nova York me parecem mais fortes. Uma boa idéia seria reunir o melhor dos CMIs num site de tradução voluntária. Enfim, acho que é preciso mesmo uma Fênix-Rê Bordosa.

Cooperativa pela moradia

Posted in movimentos on novembro 11, 2008 by nitchka10
Da precariedade uma moradia

Da precariedade uma moradia

Da Itália uma boa idéia. Desde 1991, uma pequena cooperativa aluga ou compra em comodato edifícios públicos completamente destruídos, reforma-os e reloca a moradia para desfavorecidos, principalmente imigrantes. A cooperativa se chama DAR CASA, fica em Milão e até agora conseguiu alojar 230 famílias. Um programa de telejornalisto decente chamado Repport fez uma excelente cobertura sobre o projeto. Ao todo, são nove administradores apenas.

DAR é uma cooperativa de habitação fundada em 1991 com o objetivo de levantar imóveis dignos a baixo custo para as todas as cores, trabalhadores italianos e estrangeiros, que não conseguem pagar os altos aluguéis do mercado. A palavra “dar” significa “casa” em árabe, e indica já no nome qual é o objetivo da cooperativa: atender à necessidade de todos que não têm um teto sobre a cabeça, independente do seu passaporte. [Fonte]

Ay Carmela!

Posted in Brasil, movimentos on setembro 14, 2008 by nitchka10
Ay Carmela no ar

Ay Carmela no ar

O pensamento libertário tem se alinhado em torno de pontos comuns, refazendo a história de movimentos esquecidos e propondo um novo vocabulário. Quando comecei o blog, pensei em fazer um dicionário para mim mesmo dos termos que ando vendo por aí, que como disse abaixo, não chegam a ser conceitos, porque de cara visam a ação. São pequenos princípios capazes de garantir que a força não seja atraída por um buraco negro qualquer da política hierárquica e se torne manobra. Com isso a coisa toda é temporária, baseada na amizade e portanto, voluntária. Obviamente não pode ter marca, slogan e partido. Hoje, lendo o apocalipse motorizado, vi a chamada para este “coletivo”. Infelizmente não tive força para sair e conferir. Mas eis o começo do dicionário, escrito por eles:

Príncípios do Ay Carmela!

Autogestão: Cada pessoa ou coletivo envolvido no espaço participa efetivamente de sua gestão. Não há patrões e empregados, nem mandantes e mandados no Ay Carmela!.

Autonomia: o Ay Carmela! não tem qualquer vinculação institucional com partidos políticos, organizações religiosas, empresas ou organismos governamentais. Não abrimos mão de independência para realizar nossas ações.

Auto-sustentabilidade: O espaço se sustenta com recursos doados pelos grupos e indivíduos gestores, por contribuições pessoais ou através de realização de eventos para arrecadação de fundos. A autonomia como princípio significa também não ter relações de dependência financeira com as instituições mencionadas.

Horizontalidade: O espaço é gerido por grupos e indivíduos sem que haja uma hierarquia entre eles.

Apartidarismo:
as atividades desenvolvidas não terão caráter eleitoral nem qualquer vinculação com partidos políticos. Organizações partidárias não poderão compor o coletivo gestor.

Respeito e promoção da diversidade: As atividades e a gestão do espaço são profundamente comprometidas com a difusão do respeito à diversidade. Ações e proponentes que propaguem racismo, machismo, homofobia, elitismo, fascismo, nazismo ou especismo não são bem-vindos; não passarão!

Anticapitalismo: não estamos alinhados com essa forma de produção de mercadorias, tempo, pessoas, trabalho e idéias que é o capitalismo.